Inicia-se o Ano Litúrgico

 “Vinde, todos e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”. (Is 2,5)

 

O Advento anuncia sempre um duplo sentido: “O advento escatológico, que vai do primeiro domingo do Advento ao dia 16 de dezembro e cuja liturgia nos inflama para a vinda final de Cristo; o Advento natalício, como preparação mais imediata para a festa do Natal, do dia 17 ao dia 24 de dezembro”. [1]

Junto à abertura deste Ano Litúrgico se tem a alegria da caminhada dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e dos 100 anos das Aparições de Nossa Senhora de Fátima. [2]

Com a Primeira Vela acessa da Coroa do Advento abre-se a possibilidade na esperança do acolhimento desta verdadeira Luz – que é Jesus, a Palavra encarnada, que se dá como esperança aos homens e mulheres de boa vontade.

A humanidade, inspirada em Maria, é convidada a abrir-se a este encontro intimo onde o próprio Senhor faz morada e engendrar vida nova.

Assim a liturgia deste Primeiro Domingo do Advento interpela a conversão e inspirados nas palavras de São Paulo aos Romanos, ”a noite já vai adiantada, o dia vem chegando; despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz” [3]; se faz necessário avaliar as ações do tempo presente e, a partir deste novo redirecionar o viver nas relações humanas, na comunidade e sociedade e num todo com a obra da criação. E, assim, no aqui e agora viver o tempo futuro – a segunda vinda gloriosa de Jesus Cristo.

Pois Jesus já inaugurou este “projeto definitivo de Deus para o mundo (…). É a constituição de um povo de Deus, formado por todas as nações, dispostas a praticar a justiça e a caridade fraterna (…). Nós devemos dar os necessários passos históricos, para que o plano de Deus chegue até nós: preparar, pela transformação de nossos corações e de nossa sociedade, a plenitude que vem de Deus”. [4]

Neste sentido duas expressões são significativas a partir do Evangelho deste Primeiro Domingo do Advento – a “vigilância” e o “estar preparados”. [5]

É necessário acordar para o projeto que nos leva a dignidade, a vida, a justiça, a solidariedade, e assim, seguindo a Luz que se revela na pessoa do Mestre Jesus, ao mesmo se é discípulo e missionário. Isto é, ao mesmo tempo em que professa o crer na segunda vinda de Jesus, já se vive no discipulado, no estar com o próximo e sentir-se o próximo.

Por isto, cuidar para que as luzes do mercado do consumismo não ofusquem a verdadeira Luz que se manifesta sempre àqueles que o buscam de coração sincero.

Que os símbolos, gestos, ritos e ações expressem um verdadeiro acolher o Verbo Encarnado que continua a se manifestar no rosto de cada pessoa.

Aproveitar este tempo do Advento para a escuta atenda da Palavra de Deus a exemplo de Maria que silenciava e guardava tudo em seu coração. [6] E, assim deixar a Palavra de Deus ecoar e gerar vida no servir aos irmãos e irmãs.

“Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”. (Rm 13,14a)

 

[1] CNBB, Roteiros Homiléticos para o tempo do Advento/Natal – São Mateus, Brasília, Ed. CNBB, 2016).

[2] Ibidem.

[3] Rm 13,12.

[4]CNBB, Roteiros Homiléticos para o tempo do Advento/Natal – São Mateus, Brasília, Ed. CNBB, 2016).

[5] Mt 24,37-44.

[6] Lc 2,51.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *