A Sagrada Escritura é enaltecida no mês de setembro nas celebrações litúrgicas, com o intuito, de levar a todos ao se aproximar mais da mesma para que se torne Palavra de Deus no coração humano.
A Bíblia traz em si um conhecimento divino manifestado no caminhar do Povo de Deus que entre séculos se fizeram ouvinte dos ensinamentos do Senhor e, ao mesmo tempo se propuseram a praticar em atitudes o que interpretavam deste acolher os ensinamentos de Deus.
Entre os pensamentos humanos, entre os corações humanos, Deus conseguiu achar uma brecha para ensinar quais melhores escolhas para o ser humano, no desejo de vê-lo caminhar na felicidade, como participantes e integrantes do Plano de Deus.
Entre subidas e descidas, entre acertos e desacertos, a Sagrada Escritura registra o agir de Deus para o bem da Humanidade, ao ponto de culminar com a entrega do que tem mais precioso – seu Filho encarnado – no desejo de que este bem de perto, ensine entre palavras e atitudes o que é ser contado como pertença de Deus. E, levou ao máximo de sua demonstração do quanto Deus ama a todos – entregando-se por todos no lenho da Cruz.
Ao exaltar a Sagrada Escritura neste mês de setembro é como que acompanhar o movimento da Natureza que ao despertar para uma nova estação, assim o fiel é chamado a despertar no seguimento do discipulado de Jesus Cristo. E, com as plantas buscam na vitalidade que corre dentro de seus seres – a seiva – para manifestar exteriormente a transformação que transcorre desta mudança de ares; assim, o fiel ao alimentar-se sempre mais da Palavra de Deus, se deixa transformar de dentro para fora no ensejo de testemunhar sua adesão no viver em Deus.
A Palavra de Deus é fecunda em si mesma.
O alimento no seu silencio ao misturar-se com a tenra humanidade, provoca ações reais dos pensamentos e dos caminhos de Deus que deseja a felicidade humana no aqui e agora em vista de algo maior – a eternidade.
Que seja o mês de setembro uma retomar ou um começar itinerante do ouvir e praticar a Palavra de Deus.
Como mesmo disse Jesus “os seus irmãos e sua mãe, são os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (cf. Lc 8,21).
A Palavra de Deus sendo fecunda em si mesma, só precisa de terreno onde possa habitar e ali germinar como vida em abundância.
O que a Igreja deseja é que cada homem e mulher seja esta terra aberta a acolhimento da Palavra de Deus.
O único exercício necessário, a única opção que necessita o ser humano fazer é utilizar alguns minutos por dia e no silenciar num determinado canto qualquer, se coloque como ouvinte da Palavra de Deus e, deixe se manifestar no seu silêncio do coração e do pensamento humano. Assim, quando menos perceber este mesmo ser humano estará a transpirar em seu jeito de ser de acordo com os desígnios de Deus, com ternura e bondade, com humildade e justiça a prática da Palavra de Deus.
E, no relacionar-se com o mundo dará testemunho do significado de ser uma terra sedenta e saciada de Deus.
O começar ou recomeçar depende da vontade humana. Pois Deus está sempre disposto a se tornar alimento fecundo através de sua Palavra. Ele nunca se negará ao ser humano que se colocar a ouvi-lo, a acolhê-lo, a contempla-lo no silêncio com de uma criança que mira seus olhos aos olhos de sua mãe; como de uma criança que se lança nos braços acolhedor de seu pai; como de uma criança que escuta intimamente com seu ouvido o bater do coração daqueles que lhe deram a vida.
Mês de Setembro, mês de fixar com maior intensidade todos os sentidos junto a Palavra de Deus.
(Autor Marcelo Telles – Bacharel em Teologia)