O Papa Francisco ao proclamar o Ano Jubileu Extraordinário da Misericórdia – “Misericordiae Vultus” – apresentou a Bula sintética e com profundidade a partir do Evangelho junto à realidade humana. E, elencou atos de concretude para viver o “mistério da misericórdia; que é fonte de alegria, serenidade e paz[1]”.
Destacou pontos fundamentais expressos a partir da Palavra de Deus, e em especial no texto bíblico Mt 25,31-46; onde ali está o viver uma consciência do amor a Deus no convívio com os semelhantes e, de todo especial nas situações limites da vida humana.
“É meu vivo desejo que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina[2]”.
Será realizado no próximo dia 13 de novembro o Rito Conclusivo do Jubileu junto às Igrejas particulares onde foram abertas as Portas Santas. E, no próximo dia 20 de novembro unido ao Papa, as Dioceses celebram a conclusão desta caminhada motivada no viver a Misericórdia Divina.
O que fica deste Ano Jubilar da Misericórdia?
Pergunta pertinente para todos os fiéis e para os homens e mulheres de boa vontade.
Sabe-se que as graças alcançadas nem sempre são visíveis, no entanto, como o programa apresentado pelo Papa levou a prática da caridade no adentrar dos corações humanos, a partir de gestos reais, como o ir ao encontro da Confissão; como ir ao encontro dos semelhantes nas situações que clamam por vida; necessário se indagar:
– Neste peregrinar do Ano Jubilar da Misericórdia junto a Palavra de Deus e com o próprio dom da Misericórdia na Eucaristia houve um desinstalar das consciências para uma maior intensidade do viver a misericórdia? Ou apenas ficou no discurso aflorado de pensamentos que não chegaram à interioridade do ser e, assim, não se aprimorou o processo de conversão?
[1] Francisco, Misericordiae Vultus, 02. [2] Ibidem, 15.
(Autor Marcelo Telles – Bacharel em Teologia)